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As mulheres da Igreja no mundo em mudança atualmente

Ver speeches.byu.edu para a gravação original do discurso (Cortesia da BYU Speeches).

Devocional da Universidade Brigham Young

Marriott Center, Universidade Brigham Young, Provo, Utah

11 de fevereiro de 1975


Belle S. Spafford, Marianne C. Sharp e Louise W. Madsen com a junta geral da Sociedade de Socorro

Belle S. Spafford, Marianne C. Sharp e Louise W. Madsen com a junta geral da Sociedade de Socorro. 1962. Com os membros da presidência à cabeceira da mesa (da esquerda para a direita: Louise Madsen, Belle Spafford e Marianne Sharp), a junta geral da Sociedade de Socorro posa para foto de seis anos de construção do edifício da Sociedade de Socorro. As irmãs da junta treinaram unidades da Sociedade de Socorro em todo o mundo, supervisionaram a produção de roupas do templo, publicaram a Relief Society Magazine e criaram o currículo da Sociedade de Socorro. Fotografia de J. M. Heslop (Biblioteca de História da Igreja, Salt Lake City).

Belle Smith Spafford (1895–1982) foi a sétima filha de seus pais. Nasceu oito meses após a morte de seu pai. Sua mãe, Hester Sims Smith, tinha vários ditados favoritos que a irmã Spafford e seus irmãos lembrariam e usariam mais tarde, inclusive: “Aceite as pessoas como você as vê, não como os outros as descrevem”, e “nenhum investimento paga dividendos tão altos quanto a bondade”. A mãe de Belle Spafford a influenciou a terminar o programa de formação de professores na Universidade de Utah, depois a fazer cursos na Universidade Brigham Young (BYU) antes de ensinar lá no Departamento de Educação.1

Quando lhe era dada uma nova responsabilidade, sua resposta típica era fazer cursos — de serviço social, quando queria ajudar melhor seus alunos, de redação e gramática quando se tornou editora da Relief Society Magazine e de história da Igreja quando presidiu o comitê da Sociedade de Socorro sobre esse assunto.2 A irmã Spafford se filiou à junta geral da Sociedade de Socorro e editou a Relief Society Magazine pela primeira vez em 1935.3 Amy Brown Lyman pediu que a irmã Spafford e a irmã Marianne C. Sharp compilassem uma história dos primeiros cem anos da Sociedade de Socorro para comemorar o aniversário do centenário que estava próximo e, então, chamou a irmã Spafford como sua segunda conselheira em 1942.4 Ela frequentemente mencionava a história da Sociedade de Socorro após seu trabalho no projeto do centenário, como fez no discurso reproduzido aqui.

Ela coordenou eventos marcantes durante o período em que serviu como presidente geral da Sociedade de Socorro de 1945 a 1974, inclusive a construção do edifício da Sociedade de Socorro no centro de Salt Lake City, a tradução da Relief Society Magazine para o espanhol e o enorme crescimento em número de membros. O número de membros da Sociedade de Socorro cresceu de 100 mil para 900 mil enquanto ela foi presidente, com membros em 65 países.5 A Sociedade de Socorro também se tornou responsável pelas mulheres solteiras da Igreja durante esse tempo.6 Assim como sua antecessora, Amy Brown Lyman, Belle Spafford dedicou a atenção da Sociedade de Socorro ao serviço social, que na época incluía serviços de adoção, assistência às mães que criavam os filhos sozinhas, assistência aos orfanatos e assistência a famílias com problemas.7 Ela recebeu títulos honorários da BYU e da Universidade de Utah por esse trabalho.8

Depois de se declarar mórmon na primeira vez em que esteve em uma reunião do Conselho Nacional de Mulheres (NCW), ela não se sentiu bem-vinda. Consequentemente, quando se tornou presidente geral da Sociedade de Socorro, ela desejou interromper a participação da Sociedade de Socorro no conselho. Mas, quando se reuniu com o presidente da Igreja, George Albert Smith, com relação a esses planos, a reação do presidente redirecionou suas intenções. Ele respondeu: “Acredito que as mulheres mórmons têm algo a oferecer às mulheres do mundo e que também podem aprender com elas. (…) Volte e faça sua influência ser sentida”.9 A irmã Spafford seguiu a orientação dele e ainda estava participando do conselho quando fez o discurso apresentado aqui. Ela se filiou ao conselho por 52 anos, posteriormente servindo como presidente do Conselho Internacional de Mulheres, como segunda vice-presidente do conselho, como membro do comitê executivo e como presidente.10 Trabalhar com o conselho a manteve informada da legislação em vigor e dos movimentos em relação ao bem-estar das mulheres; isso, por sua vez, levou-a a considerar cuidadosamente visões diferentes sobre o que melhor promoveria o avanço feminino. Ela disse em 1975: “Neste exato momento, sei o que elas [as mulheres americanas] pensam sobre o controle de natalidade, o que pensam sobre o aborto, sobre a Emenda de Igualdade de Direitos, sobre o serviço voluntário para as mulheres e o que pensam sobre mulheres na política”.11

Belle Spafford havia completado recentemente 39 anos de serviço na Sociedade de Socorro em âmbito de presidência geral quando deu o seguinte discurso sobre as mulheres e a sociedade para os alunos da BYU.12 A Emenda de Igualdade de Direitos proposta à Constituição dos Estados Unidos estava sendo debatida ativamente nessa época, e tanto ela quanto sua sucessora na Sociedade de Socorro, Barbara B. Smith, haviam feito declarações se opondo à alteração.13 A irmã Spafford argumentou que as desigualdades — como salários desiguais por trabalho igual, leis de crédito discriminatórias e negação de direitos de propriedade — seriam melhor resolvidas por meio de canais legislativos estabelecidos. Ao mesmo tempo, ela afirmou: “As mulheres têm a obrigação de desenvolver seu pleno potencial como mulheres — para exercer suas capacidades mentais, ampliar seus talentos e aumentar suas habilidades — a fim de poderem dar ao mundo o melhor de si”. Ela expressou preocupação sobre as “novas filosofias” que sentiu ameaçarem o casamento e a vida familiar.14

É sempre um grande prazer e uma experiência de fortalecimento falar a um grupo de alunos da Universidade Brigham Young. Gostei muito do coro esta manhã e também gostei de ter sido citada como jovem.15 Outro dia, o Conselho Nacional de Mulheres me telefonou e perguntou se eu aceitaria uma designação como representante para uma reunião internacional em Paris. Pensei: “Antes de aceitar, devo perguntar a um dos membros da Primeira Presidência”. Então, telefonei ao presidente Tanner disse: “Recebi um convite para servir como representante e não acho que devo aceitá-lo por causa disso, daquilo e daquele outro...”.16 Eu tinha uma série de bons motivos, pensei.

Ele ouviu atentamente e depois me disse: “Sabe, acho que você deveria aproveitar suas oportunidades enquanto ainda é jovem”.

Sinto-me particularmente honrada nesta manhã por ter sido convidada pelo presidente do comitê do programa da Semana da Mulher a falar nesta reunião devocional. Como essa é a Semana da Mulher, parece apropriado que eu fale, em grande parte, sobre o papel da mulher da Igreja no mundo em mudança atualmente.17 Tenho conhecimento de que este grupo é composto por homens e mulheres. Na estrutura de governo da Igreja, os homens desempenham um papel importante em relação às atividades das mulheres quando se referem ao trabalho da Igreja. Nas primeiras reuniões da Sociedade de Socorro em Nauvoo, o profeta Joseph Smith claramente definiu esse relacionamento. Na reunião de fundação, foi designada uma presidência que consistia de três mulheres — uma presidente, uma primeira conselheira e uma segunda conselheira — para presidir a organização. Mais tarde na reunião, o profeta Joseph Smith disse: “Que essa presidência sirva como constituição — todas as decisões delas devem ser consideradas lei e como tal cumpridas. Se algum líder for solicitado para realizar o projeto da instituição, que seja indicado e designado. (…) As atas de suas reuniões serão referências para colocarem em prática — sua constituição e lei”.18 No entanto, na terceira reunião da Sociedade de Socorro, o profeta deu esta diretriz permanente: “Vocês receberão instruções por meio da ordem do sacerdócio que Deus estabeleceu, por intermédio das pessoas que foram designadas para liderar, guiar e dirigir os assuntos da Igreja nesta última dispensação”.19

Devido a essas atribuições, parece vital que não só as mulheres, mas também os irmãos do sacerdócio deveriam ser informados sobre o papel das mulheres. Os irmãos vão querer estar familiarizados com os problemas que as mulheres enfrentam para que, por meio do entendimento desses problemas, dos deveres e das responsabilidades das irmãs, eles estejam em posição de aconselhar e orientá-las de acordo com o plano do Senhor. O progresso do trabalho da Igreja é uma responsabilidade conjunta dos homens e das mulheres da Igreja, cada um trabalhando em sua esfera de responsabilidade. Quanto mais profundo for o entendimento que cada um tiver do papel do outro, mais provável que o sucesso do trabalho da Igreja seja total. O entendimento se baseia principalmente no conhecimento. Portanto, para mim não parece inadequado falar sobre o papel da mulher no mundo em mudança atualmente para esse grupo que consiste de homens e mulheres.

Ganhos nacionais das mulheres

Com a chegada deste ano novo, 1975, nossa nação se encontrou e ainda se encontra lutando com muitas circunstâncias incomuns e difíceis. Foi muito interessante ouvir uma transmissão de rádio em que importantes emissoras de notícias falaram sobre o que consideravam ser os acontecimentos mais importantes de 1974 que afetaram a nação. Eu me lembro de que suas conclusões foram as seguintes: “A inflação e recessão, a crise de energia, a renúncia do presidente dos Estados Unidos, os julgamentos do caso Watergate, o perdão do presidente, a crescente riqueza e o poder das nações produtoras de petróleo, e a escassez mundial de alimentos”.20

Em minha opinião, as emissoras ignoraram um acontecimento mais significativo, talvez, em seu impacto de maior alcance no lar, na comunidade e na vida da nação do que qualquer um desses mencionados. Refiro-me ao avanço feito pelas mulheres em seus esforços para alcançar a libertação do que consideravam restrições existentes que impediam seu pleno desenvolvimento e sua utilidade. As mulheres têm trabalhado ativamente para atingir metas específicas em relação a isso por anos, mas 1974 foi diferente. Foi um ano de esforço intensificado de um vasto alcance em áreas diversificadas, e os ganhos foram significativos. Como exemplo de um ganho, cito aqueles conquistados no campo da vida política. Um número recorde de mulheres experientes, qualificadas e dedicadas se candidataram para um cargo público, e muitas venceram. A Convenção Política Nacional de Mulheres emitiu as seguintes estatísticas: Foram eleitas 18 deputadas para o Congresso, um número sem precedentes; 599 mulheres foram eleitas para o poder legislativo do estado; uma mulher foi eleita governadora de um de nossos estados soberanos; outra mulher foi eleita vice-governadora. A Convenção das Mulheres declara: “Em todo o país, foi um ano formidável para as mulheres”.21

Em algumas áreas, no entanto, foram conquistados ganhos que, na opinião de algumas pessoas, levantam questões sobre o efeito na vida da nação. Quando nos alegramos com a correção das injustiças, não devemos perder de vista a necessidade de uma avaliação moderada da ação que provoca mudanças na situação das mulheres — mudanças que rompem com os padrões de vida tradicionais, comprovados ao longo do tempo que provaram ser bons e têm contribuído para a felicidade e o bem-estar de famílias e nações. Não devemos perder de vista a natureza básica das mulheres e seu papel ordenado por Deus na vida. James Kilpatrick, um colunista proeminente, salientou: “Olhemos para a ética judaico-cristã”. Ele declara que vivemos sob um conjunto de regras e leis extraídas de gerações passadas, que não podem ser tratadas como se não existissem. As pessoas se preocupam com essas coisas porque acham que são boas e gratificantes.22

Tendências atuais em relação a valores tradicionais

Há alguns pontos de vista e tendências atuais que preocupam por parecerem contrários aos valores tradicionais. A mulher da Igreja se encontra em uma posição ideal para avaliar as mudanças nas condições das mulheres e para avaliar de forma inteligente e apropriada as tendências e opiniões, porque ela tem instrumentos de medição sob seu comando. Essas calculadoras infalíveis, se preferir, são as diretrizes divinamente inspiradas nas verdades reveladas como estabelecidas pelas escrituras e nas palavras de nossos profetas modernos. No entanto, alguns de nós deixam de usar esses instrumentos de medição infalíveis, porque não estamos suficientemente familiarizados com eles. Não os conhecemos. Talvez não tenhamos aproveitado as oportunidades de aprender sobre eles, entender seu completo significado e de aplicá-los em nossa vida individual e coletiva. Ou talvez sejamos como Saul, filho de Quis, que amava o Senhor e faria a Sua vontade, mas ele não teve coragem de ir contra a opinião pública.

Na Bíblia lemos: “E havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis (…). Esse tinha um filho, cujo nome era Saul, jovem, e tão belo que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo do que ele; desde os ombros para cima sobressaía a todo o povo. E perderam-se as jumentas de Quis, pai de Saul”.23 Saul foi enviado para encontrar os animais, mas ele não conseguiu. Ele e seu servo foram, então, perguntar a Deus por meio do servo de Deus, Samuel, que era profeta. (Naquela época ele era chamado de vidente, de acordo com o relato das escrituras.) Samuel tinha sido avisado da vinda de Saul, e o Senhor havia revelado a Samuel que era Sua vontade que Saul reinasse sobre o seu povo como capitão. Samuel mostrou a Saul as obras de Deus. Depois, ele pegou um vaso de azeite e ungiu Saul para ser o capitão de sua herança. Ele então o aconselhou sobre a vontade do Senhor e como proceder.24

O povo, no entanto, não ficou satisfeito com isso. Eles queriam um rei, e Saul cedeu à vontade do povo. Samuel, em seguida, sabendo da decisão de Saul, foi até Saul, filho de Benjamim e disse:

“Agiste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou; porque agora o Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre.

Porém agora não subsistirá o teu reino; já buscou o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já lhe ordenou o Senhor que seja capitão sobre o seu povo”.25

“Então disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto transgredi o mandamento do Senhor e as tuas palavras; porque temi o povo, e dei ouvidos à sua voz.”26

Muitos de nós hoje em dia temem a opinião pública. Aconselhando sobre a conveniência dos governos representativos, o rei Mosias fez esta declaração significativa: “É comum a minoria do povo desejar o que não é direito”.27 Agora, tendo essa advertência de um grande profeta do Livro de Mórmon, os membros da Igreja fariam bem em ser particularmente cuidadosos em considerar a voz do povo à luz dos ensinamentos de nossos profetas atuais. Ainda que as vozes possam ser poucas, elas costumam ser fortes e convincentes.

Possuindo a verdade revelada e as palavras dos profetas em relação às responsabilidades da mulher da Igreja e seu papel na vida, temos o dever inabalável de defender esses ensinamentos em nossas palavras e ações e dirigir nossa vida em harmonia com eles. Mas lhes pergunto: “Temos mais alguma responsabilidade? Temos a responsabilidade de compartilhar esses ensinamentos com as pessoas que talvez não tenham a luz da verdade?” Em Mateus, nosso dever fica claro sobre esse assunto. Lemos: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte, nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”.28

A profecia da Sociedade de Socorro foi cumprida

Lembro-me de um discurso proferido às mulheres da Sociedade de Socorro pelo presidente George Albert Smith na Conferência Geral de Outubro de 1945. Era a primeira conferência que ele dirigia como presidente da Igreja e a primeira conferência que eu realizava como presidente da Sociedade de Socorro.29 Por vários anos, não tivemos conferências devido às restrições da guerra.30 As mulheres se reuniram para a conferência da Sociedade de Socorro com o espírito ávido e receptivo para ouvirem a mensagem de seu novo profeta-presidente. O Espírito do Senhor recaiu poderosamente sobre o presidente Smith e o espírito de profecia prevaleceu ao falar sobre o futuro das mulheres da Igreja. Ele deixou bem claro as responsabilidades que tínhamos para com todas as mulheres. Um trecho do seu discurso é digno de leitura neste momento. O presidente Smith disse:

“Sinto-me pisando em solo sagrado, pois neste púlpito se apresentaram alguns dos grandes homens e mulheres do mundo, aqueles que estavam ansiosos para fazer o que o Senhor gostaria que fizessem. Aqui eles prestaram testemunho da missão divina de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Vocês são mais abençoadas do que qualquer outra mulher em todo o mundo. Vocês foram as primeiras mulheres a ter uma organização, 31 as primeiras mulheres a ter voz no trabalho de uma Igreja. Foi Deus quem deu isso a vocês e veio como resultado de revelação a um profeta do Senhor. Desde aquela época, pensem nos benefícios que as mulheres deste mundo têm desfrutado. Não apenas vocês que pertencem à Igreja desfrutam das bênçãos da igualdade, mas, quando o profeta Joseph Smith abriu as portas da emancipação das mulheres, estendeu-a também para todas as mulheres do mundo, de geração a geração, e o número de mulheres que podem desfrutar das bênçãos da liberdade religiosa e liberdade civil têm aumentado.32

Vocês percebem que abriram este tabernáculo para a primeira conferência geral que tivemos em anos?33 (…) Agora o céu é o limite, não tenho nenhuma dúvida de que, na época em que tivermos mais duas ou três conferências gerais aqui, talvez tenhamos visitantes da Austrália, da Nova Zelândia, da África, da China, do Japão e de outros lugares. Talvez elas deixem suas casas e, em aviões, em cerca de 24 horas estarão aqui. É maravilhoso o que o Senhor tem nos proporcionado nesta época”.34

Fiquei profundamente comovida com as declarações daquele grande presidente e, depois da sessão, agradeci a ele e compartilhei os sentimentos de meu coração. Perguntei: “Algumas dessas coisas vão acontecer durante minha administração?” Depois perguntei: “Quando e como nossa mensagem será transmitida às mulheres do mundo?” Embora sua resposta não esteja registrada na ata da conferência, ela está registrada em meu caderno onde mantenho anotações de várias conferências gerais, e também está gravada em minha mente e em meu coração.35

O profeta respondeu: “Poderia acontecer facilmente durante sua administração. A mensagem das mulheres mórmons vai alcançar as mulheres do mundo quando houver uma necessidade especial para isso. Não precisa se preocupar sobre como isso vai acontecer”, disse ele. “O Senhor vai cuidar disso.”

A fim de mostrar o cumprimento da profecia, alguns anos depois do discurso do presidente Smith, minhas conselheiras e eu observamos um número bem grande de mulheres de outros países presentes em nossa conferência. Decidimos realizar uma reunião especial para elas após a sessão regular de nossa conferência de dois dias. Pedimos uma chamada verbal naquela manhã. Cada irmã deveria dar seu nome, o país de onde ela veio e seu meio de transporte. A maioria delas havia chegado de avião. Todos os países mencionados pelo presidente Smith em seu discurso de 1945 estavam representados exceto a China. Notei que havia ali uma mulher de Taiwan. Comentei sobre isso, acrescentando que tínhamos uma irmã de Taiwan mesmo não tendo uma da China. A irmã de Taiwan, então, calmamente se levantou e, em inglês perfeito, disse: “A China é a minha terra natal”. A profecia foi cumprida.36

A importância da Sociedade de Socorro atualmente

Hoje a mensagem das mulheres mórmons vem sendo transmitida ao mundo de muitas maneiras — por meio do excelente programa missionário da Igreja, por meio da filiação da Sociedade de Socorro com conselhos nacionais e internacionais de mulheres, por meio de rádio, televisão, imprensa e outros meios de comunicação.37 Asseguro-lhes de que a mensagem das mulheres mórmons é necessária para as mulheres do mundo hoje. Muitas mulheres estão preocupadas com o curso que devem seguir. Muitas se sentem confusas pelas novas filosofias e pelos novos conceitos. A Sociedade de Socorro ocupa uma posição de respeito e influência entre as mulheres de organizações do mundo. Embora elas nem sempre concordem com nossa posição em questões que são importantes para nós, geralmente temos ampla oportunidade de nos expressar e nossa influência é sentida. Muitas vezes nossa posição prevalece.

Os nomes de mais de 900 mil mulheres estão agora nas listas da Sociedade de Socorro. Estas incluem as moças, muitas delas universitárias. Igualmente, há mulheres de meia-idade e aquelas que são experientes e que envelheceram dedicando-se à obra. É nosso dever como mulheres mórmons, independentemente de nossa idade ou circunstância, permanecer unidas e firmes para apoiar os ensinamentos da Igreja. Não foi uma coincidência ou um impulso quando as Sociedades de Socorro foram estabelecidas neste campus e em outros campi universitários.38 Também não foi uma coincidência quando o presidente Harold B. Lee trouxe as jovens adultas e as mulheres de interesses específicos sob a coordenação da Sociedade de Socorro.39 Era a vontade do Senhor. Foi em cumprimento da profecia feita por um profeta anterior, Joseph F. Smith. Estas são suas palavras proféticas, registadas em seu livro Gospel Doctrine [Doutrina do Evangelho]:

Vou falar sobre a Sociedade de Socorro como uma grande organização na Igreja, organizada pelo profeta Joseph Smith, cujo dever é cuidar dos interesses de todas as mulheres de Sião e de todas as mulheres que porventura estejam sob sua supervisão e seu cuidado, seja qual for sua religião, cor ou condição. Espero ver o dia em que essa organização será uma das organizações mais perfeitas, mais eficientes e eficazes para o bem na Igreja, mas esse dia será quando teremos mulheres que não estão apenas imbuídas do espírito do evangelho de Jesus Cristo e com o testemunho de Cristo em seu coração, mas também com juventude, vigor e inteligência para capacitá-las a realizar os importantes deveres e responsabilidades que repousam sobre elas. (…) Queremos que as moças, as mulheres inteligentes, as mulheres de fé, de coragem e de pureza se associem à Sociedade de Socorro nas várias estacas e alas de Sião. Queremos que elas assumam o controle desta obra com vigor, com inteligência e em união, para a edificação de Sião e a instrução das mulheres em seus deveres, deveres domésticos, deveres públicos e todos os deveres que possam depender delas.40

As jovens escolhidas da Igreja estão aumentando a força da Sociedade de Socorro hoje porque elas são necessárias. Os tempos exigem seu treinamento, suas habilidades de liderança, seu testemunho, com a força das irmãs mais experientes no trabalho. As mulheres da Igreja estão preocupadas com a união do lar e com o bem-estar eterno da família. Elas sabem que bons lares são a base de uma boa sociedade e uma cidadania feliz. Qualquer alteração que afetar negativamente o lar e a família deve ser lamentada. A doutrina da Igreja da eternidade e da unidade familiar era frequentemente mencionada pelo falecido élder Stephen L Richards como “a mais sublime de todas as doutrinas teológicas”.41

O evangelho ensina as mulheres como se comportar em relação a seu marido e ensina os homens a estimar a feminilidade e a honrar e respeitar suas respectivas esposas. A Igreja não coloca restrições sobre a entrada de uma mulher no mercado de trabalho e no serviço comunitário de forma remunerada ou voluntária se ela desejar quando suas circunstâncias familiares permitem que ela o faça sem prejuízo para eles. As mulheres são incentivadas a desenvolver seu pleno potencial como mulheres, e a Igreja proporciona muitas oportunidades de fazê-lo. O serviço de solidariedade bem orientado, que está de acordo com a natureza das mulheres, é apenas a lei da fraternidade em ação. É a doutrina da Igreja. Esses são alguns dos instrumentos de medição pelos quais vocês jovens aqui, hoje, podem avaliar a mudança e determinar suas ações na vida. As 900 mil mulheres que constituem a Sociedade de Socorro podem ser uma força para ajudar as mulheres do mundo todo a avaliar mais adequadamente a mudança. Guiadas pelos ensinamentos da Igreja, elas podem ajudar a si mesmas a seguir em frente no sentido adequado do desenvolvimento de seus talentos e suas habilidades e em seu serviço à humanidade. A Igreja pode permitir que as mulheres do mundo determinem o que deve ser prioridade em sua vida. As mulheres da Igreja têm sob seu comando as diretrizes firmes e inabaláveis que conduzem ao desenvolvimento pleno e à utilidade total da mulher. O poder para o bem inerente às nossas 900 mil mulheres guiadas pela inspiração da liderança do sacerdócio é incalculável. Para as mulheres santos dos últimos dias, os ensinamentos da Igreja são uma segurança eterna. Que nunca os percamos de vista, é minha sincera oração, em nome de Jesus Cristo. Amém.

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As mulheres da Igreja no mundo em mudança atualmente, En el Púlpito, accessed 16 de abril de 2024 https://www.churchhistorianspress.org/at-the-pulpit/part-3/chapter-40